A Helicoverpa armigera na cultura da soja é considerada uma das pragas mais destrutivas da agricultura mundial e, no Brasil, tornou-se um desafio estratégico para produtores e técnicos. Desde sua identificação no país da Helicoverpa armigera, que ataca a soja, é considerada uma das pragas mais destrutivas da agricultura mundial e, no Brasil, tornou-se um desafio estratégico para produtores e técnicos. Assim desde sua identificação no país em 2013, a lagarta trouxe prejuízos bilionários à cultura da soja e a outras culturas, como milho e algodão.
Além disso, o impacto vai além do campo: afeta diretamente os custos de produção, a competitividade no mercado internacional e até a formação de preços das commodities agrícolas. Portanto, é fundamental compreender todos os aspectos dessa praga. Neste artigo, vamos aprofundar como a Helicoverpa armigera, especificamente na cultura da soja, se desenvolve, os fatores climáticos que favorecem sua ocorrência, os principais métodos de controle recomendados pela Embrapa e como os produtores podem proteger sua rentabilidade.
O que é a Helicoverpa armigera?
A Helicoverpa armigera é uma mariposa da família Noctuidae, originária da Ásia, mas hoje presente em diversos continentes. Suas lagartas apresentam comportamento altamente polífago, ou seja, alimentam-se de várias culturas agrícolas, sendo, principalmente, a soja uma de suas hospedeiras no Brasil.
Principais características:
- Ciclo de vida curto: pode completar uma geração em apenas 30 dias, dependendo da temperatura.
- Fecundidade elevada: uma fêmea deposita até 1.500 ovos, o que favorece infestações rápidas.
- Grande capacidade de dispersão: adultos voam longas distâncias, ampliando áreas infestadas.
- Resistência a inseticidas: apresenta histórico de seleção rápida a produtos químicos, exigindo manejo integrado.

Além disso, a combinação de todos esses fatores torna a praga especialmente complexa de controlar.
Danos da Helicoverpa armigera na soja
Os prejuízos causados por essa praga podem ser devastadores quando o monitoramento e controle não são realizados corretamente.
Sintomas e danos observados:
- Ataque a folhas jovens, reduzindo a área fotossintética.
- Perfuração de vagens e grãos, resultando em perdas diretas de produtividade.
- Desuniformidade na lavoura, causada pela alimentação seletiva das lagartas.
- Aumento no custo de produção, devido à necessidade de aplicações repetidas de defensivos.


Segundo a CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), a presença da lagarta pode reduzir a produtividade da soja em até 30% em áreas não manejadas. Portanto, os prejuízos anuais no Brasil podem ultrapassar R$ 2 bilhões.
Clima e fatores que favorecem a praga
O desenvolvimento da Helicoverpa armigera, quando ataca a soja, está diretamente ligado às condições ambientais.
Condições ideais:
- Temperaturas entre 20 °C e 30 °C aceleram o ciclo da lagarta.
- Alta umidade relativa favorece a sobrevivência das larvas.
- Disponibilidade contínua de hospedeiros (soja, milho, algodão) mantém a praga ativa o ano todo.
- Veranicos e mudanças climáticas podem favorecer picos populacionais em determinados períodos da safra.
De fato, em regiões como o Centro-Oeste, onde há sucessão de culturas, a praga encontra alimento disponível praticamente durante todo o ano, aumentando a pressão sobre os produtores.
Manejo integrado da Helicoverpa armigera
O controle dessa praga deve seguir os princípios do Manejo Integrado de Pragas (MIP), combinando diferentes ferramentas para reduzir populações e evitar resistência.
Estratégias recomendadas:
1. Monitoramento constante
- Uso de armadilhas de feromônio para detectar adultos.
- Amostragem semanal em campo para identificar ovos e lagartas iniciais.
- Decisão de controle baseada no nível de ação recomendado pela Embrapa.
Além disso, o monitoramento contínuo permite intervenções mais eficientes, evitando desperdício de insumos.
2. Controle biológico
- Utilização de inimigos naturais como Trichogramma pretiosum (parasitoide de ovos).
- Aplicação de bioinseticidas à base de Bacillus thuringiensis (Bt) e vírus específicos (NPV).
3. Soja Bt
- O cultivo de soja geneticamente modificada com proteínas Bt auxilia na redução populacional, mas deve ser utilizado com refúgio estruturado para evitar resistência.
4. Controle químico racional
- Uso de inseticidas seletivos, preferindo misturas e modos de ação diferentes.
- Respeitar o intervalo entre aplicações e o nível de controle econômico.
5. Boas práticas de manejo
- Eliminação de plantas voluntárias (“tigueras”), que servem de hospedeiro.
- Rotação de culturas para quebrar o ciclo da praga.
- Sincronização da semeadura para reduzir áreas com estágios fenológicos desuniformes.
Sem dúvida, a integração dessas estratégias é essencial para um manejo sustentável e eficiente.
Impacto econômico e no mercado de commodities
A presença da Helicoverpa armigera, quando ataca a soja, não afeta apenas o produtor, mas toda a cadeia do agronegócio.
- Aumento nos custos de produção: mais aplicações de defensivos e investimentos em tecnologia.
- Redução de produtividade: queda na oferta interna e nos volumes exportáveis.
- Influência no preço da soja: oscilações no mercado spot e futuro devido à incerteza de oferta.
- Competitividade internacional: países importadores exigem grãos com qualidade fitossanitária garantida.
Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), a lagarta já é considerada um risco fitossanitário global. No Brasil, portanto, o combate eficaz é também uma questão de segurança alimentar.
Conclusão
A Helicoverpa armigera na soja representa um desafio complexo para a agricultura brasileira. Logo sua alta adaptabilidade, resistência a inseticidas e capacidade de causar perdas significativas exigem uma abordagem integrada, baseada em ciência, tecnologia e manejo sustentável.
Para o produtor, a chave é investir em monitoramento constante, controle biológico, uso racional de defensivos e adoção de biotecnologias. Além disso, o acompanhamento técnico especializado é essencial para tomar decisões assertivas e preservar a rentabilidade.

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