Recentemente, uma decisão judicial agitou o setor agrícola no Rio Grande do Sul. A proibição do herbicida 2,4-D na Campanha Gaúcha destaca preocupações ambientais e econômicas crescentes. Além disso, essa medida reflete a necessidade de equilibrar a produtividade com a sustentabilidade. Portanto, vamos explorar os detalhes dessa determinação, seus motivos e como você pode ajustar suas operações agrícolas para manter a eficiência no campo.
Proibição do Herbicida 2,4-D: Entenda a Decisão Judicial
A proibição do herbicida 2,4-D na Campanha Gaúcha surge de um processo movido por associações de produtores de maçãs e vinhos finos. De acordo com o Tribunal de Justiça do RS, o produto tem causado prejuízos significativos por deriva – quando partículas se dispersam pelo ar e atingem áreas não pretendidas.
Portanto, a juíza determinou a suspensão imediata em toda a região, abrangendo municípios como Bagé e Dom Pedrito, onde a soja e o milho são culturas predominantes.
No entanto, a restrição não se limita à Campanha. Em outras áreas do estado, o herbicida 2,4-D não pode ser aplicado a menos de 50 metros de vinhedos e pomares de maçã, sob pena de multas diárias de R$ 10 mil para agricultores e empresas.
Além disso, o Estado deve implantar um sistema de monitoramento em 120 dias para rastrear o uso de herbicidas hormonais.
Motivos Ambientais e Econômicos
Os principais motivos incluem o alto risco de deriva do herbicida 2,4-D, que contamina lavouras vizinhas e causa prejuízos significativos. Por exemplo, em anos anteriores, produtores de uva relataram perdas de até 30% na produtividade devido a esses incidentes. Além disso, pareceres técnicos da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) enfatizam impactos na saúde humana e na biodiversidade. Portanto, a omissão do Estado na fiscalização foi um fator decisivo na ação civil pública.
Impactos na Produção de Soja e Milho
Na Campanha Gaúcha, o herbicida 2,4-D é amplamente usado no controle de plantas daninhas em lavouras de soja e milho. Com a proibição, produtores enfrentam desafios imediatos. Essa decisão afeta diretamente cerca de 500 mil hectares de lavouras na Campanha Gaúcha, onde o herbicida é amplamente usado no manejo pré-plantio de soja.
Consequentemente, produtores de grãos podem enfrentar aumento de custos com alternativas mais caras ou menos eficientes.
Entretanto, para fruticultores, representa um alívio: a deriva do herbicida 2,4-D já causou prejuízos estimados em R$ 50 milhões anuais no setor vitivinícola gaúcho
Ações para Produtores Após a Proibição
- Verifique imediatamente estoques de herbicida 2,4-D e suspenda aplicações na Campanha Gaúcha para evitar multas de R$ 10 mil diárias.
- Consulte associações locais, como a Associação Gaúcha de Produtores de Maçã, para orientações sobre monitoramento.
- Avalie herbicidas alternativos, como glifosato ou dicamba, testando em pequenas áreas.
- Participe de treinamentos sobre manejo integrado de daninhas para reduzir dependência química.
- Monitore atualizações judiciais e estaduais, pois o governo tem 120 dias para implantar sistemas de fiscalização.
Evite Multas e Prejuízos
Mantenha distância mínima de 50 metros de culturas sensíveis ao aplicar qualquer herbicida hormonal. Use equipamentos com tecnologia anti-deriva, como bicos de pulverização de gotas grossas, para minimizar riscos ambientais e econômicos.
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Quais São as Alternativas ao Herbicida 2,4-D para Controle Eficaz de Daninhas?
Você pode optar por herbicidas seletivos como o glifosato, combinado com práticas culturais. Por exemplo, rotação de culturas reduz a infestação de daninhas resistentes. Outas opções incluem herbicidas como o fluroxipir ou misturas com atrazina, que oferecem controle similar sem tanta volatilidade. Por exemplo, em testes da UFRGS, o fluroxipir reduziu infestações de plantas daninhas em 85% em lavouras de milho, com menor impacto em culturas vizinhas. No entanto, sempre realize ensaios em pequena escala antes de adotar em larga área.
Além disso, o manejo integrado de pragas (MIP) integra métodos biológicos, como inimigos naturais, com químicos de menor impacto. No entanto, teste essas opções em sua propriedade para garantir eficácia, considerando o solo e o clima local.
Portanto, a proibição do herbicida 2,4-D reforça a importância de práticas agrícolas sustentáveis no Rio Grande do Sul. Portanto, adapte-se rapidamente a alternativas e invista em monitoramento para preservar a produtividade e o meio ambiente. Fique atento às evoluções regulatórias e aplique essas estratégias no dia a dia para um cultivo mais resiliente.
Referências
- Brasil de Fato: Justiça proíbe uso do agrotóxico 2,4-D na Campanha gaúcha (2025).
- Globo Rural: Justiça do RS proíbe uso do herbicida 2,4-D na Campanha Gaúcha (2025).

Kaoe Rauch é técnico agrícola e fundador da ConectaGrão. Com experiência prática no campo e forte conexão com o agro, escreve conteúdos que unem vivência rural, conhecimento técnico e olhar de mercado, sempre com o objetivo de aproximar produtores da informação que realmente importa.