Gliricídia: A Leguminosa que se Tornou a alternativa para o Gado na Seca do Semiárido

Agricultura Blog

No semiárido brasileiro, a seca é um desafio constante que afeta diretamente a pecuária, levando à escassez de pastagens e ao aumento dos custos com suplementação. No entanto, a gliricídia surge como uma aliada poderosa. Essa leguminosa arbórea, originária da América Central, adapta-se perfeitamente a solos pobres e climas áridos, oferecendo uma fonte confiável de nutrição para o gado. Além disso, seu uso tem sido impulsionado por pesquisas da Embrapa, que destacam sua resiliência e valor nutritivo. Vamos explorar como a gliricídia pode transformar o manejo em sua propriedade, com base em dados e exemplos reais.

Características da Gliricídia

A gliricídia (Gliricidia sepium) é uma árvore perene que pode atingir até 15 metros de altura, com folhas compostas e flores rosadas. Sua principal vantagem reside na tolerância à seca: mesmo após meses sem chuva, ela mantém folhagem verde, graças a raízes profundas que acessam água subterrânea. Por exemplo, em Sergipe, durante uma seca prolongada em 2023, a gliricídia foi uma das poucas plantas a sobreviver, conforme relatado pelo Canal Rural.

Cultivo e Manejo

O cultivo da gliricídia é acessível e de baixo custo. Ela propaga-se facilmente por estacas, plantadas em espaçamento de 1×1 metro para bancos de proteína. Além disso, tolera solos com pH de 5 a 8 e requer pouca irrigação inicial. Em sistemas integrados, como os recomendados pela Embrapa, ela pode ser consorciada com gramíneas, aumentando a biodiversidade do pasto.

Benefícios da Gliricídia para o Gado no Semiárido

A gliricídia destaca-se pelo alto teor de proteína bruta, variando de 20% a 30% na folhagem, o que a torna ideal para suplementar dietas deficientes durante a seca. Portanto, ela reduz a dependência de rações caras. Estudos da Embrapa mostram que ovinos e bovinos alimentados com gliricídia ganham peso diário de até 200g, comparado a 100g em pastagens convencionais. Além disso, sua biomassa pode ser colhida múltiplas vezes ao ano, produzindo até 20 toneladas de matéria seca por hectare.

Silagem de Gliricídia

Na prática, a gliricídia serve como silagem, feno ou alimentação direta. Em propriedades do Nordeste, produtores relatam redução de 30% nos custos alimentares ao adotá-la como banco de proteína. No entanto, é essencial monitorar o consumo inicial, pois animais podem precisar de adaptação gradual.

Implementar Gliricídia na Sua Propriedade

  • Avalie o solo: Verifique pH e drenagem para garantir adaptação.
  • Escolha mudas: Use estacas de 1-2 metros de plantas maduras.
  • Planeje o espaçamento: Adote 1×2 metros para cercas vivas ou 0,5×0,5 para bancos intensivos.
  • Monitore pragas: Embora resistente, inspecione por formigas cortadeiras.
  • Colha periodicamente: Pode de 3 a 4 vezes ao ano para maximizar produção.
  • Integre com outros forrageiros: Combine com palma forrageira para dieta balanceada.

Para um banco de proteína eficiente, plante gliricídia em linhas duplas ao redor de pastagens. Isso fornece até 25% de proteína na dieta do gado, reduzindo perdas por subnutrição na seca (fonte: Embrapa, 2022).

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Como a Gliricídia Impacta a Produtividade do Seu Rebanho Durante a Seca? Essa pergunta é central para produtores que enfrentam ciclos irregulares de chuva. A gliricídia não só mantém o gado nutrido, mas também melhora a saúde ruminal, graças a taninos moderados que previnem inchaço. Por exemplo, em experimentos da Embrapa no semiárido baiano, rebanhos suplementados com gliricídia apresentaram 15% mais ganho de peso que grupos controle. Portanto, integrar essa leguminosa pode elevar sua eficiência econômica, especialmente em anos secos.

Em resumo, a gliricídia representa uma inovação técnica acessível que fortalece a resiliência da pecuária no semiárido. Com sua capacidade de fornecer proteína de qualidade mesmo na seca, ela minimiza riscos e otimiza custos. Fique atento às recomendações da Embrapa e aplique esses conhecimentos na prática para elevar a sustentabilidade da sua produção.

Referências

  • Embrapa.
  • Canal Rural.
  • Estudo da UFS

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