A demanda global por fertilizantes deve entrar em um ciclo de contração mais acentuada em 2026, impulsionada por preços elevados e menor poder de compra dos produtores rurais, conforme análise da RaboResearch. Esse recuo, após um leve crescimento em nitrogênio em 2025, sinaliza desafios para o setor agrícola mundial, especialmente em países dependentes de importações.
Crescimento Tímido em 2025
Em 2025, o mercado de fertilizantes apresenta um quadro misto. Por exemplo, o consumo global de nitrogênio deve registrar um leve aumento, mas os fosfatos já enfrentam uma queda de 4% devido aos preços da MAP e DAP, que subiram até 15% no primeiro semestre. Além disso, a demanda por potássio se recupera de 2024, mas os altos custos limitam o otimismo. No entanto, a produção abundante de grãos como milho, soja e trigo pressiona as margens agrícolas, reduzindo a capacidade de investimento em insumos.
Previsões para 2026: Recuo Acelerado por Acessibilidade
Olhando para 2026, a demanda global por fertilizantes deve cair de forma mais pronunciada, com o índice de acessibilidade voltando aos níveis críticos de 2022. Especificamente, o nitrogênio enfrentará uma queda significativa, levando à substituição de ureia por alternativas como sulfato de amônio, especialmente no Brasil. Já os fosfatos continuarão em declínio, com volumes de comércio internacional ainda baixos, apesar de envios crescentes de Marrocos e Arábia Saudita. Por outro lado, o potássio pode registrar recordes de importação no Brasil, mas o resfriamento global persiste se os preços não arrefecerem.
O Papel do CBAM na Europa
Ademais, o Mecanismo de Ajuste de Fronteiras de Carbono (CBAM) da União Europeia, que entra em vigor em 2026, agravará a situação. Essa regulação imporá uma taxa de carbono sobre fertilizantes importados, elevando os preços de amônio em até 20% e de ureia em 15% no primeiro ano. Consequentemente, produtores de baixo carbono, como Egito e Argélia, ganharão vantagem, enquanto exportadores de alta emissão, como China e Trinidad e Tobago, perderão competitividade. Assim, regiões africanas como Marrocos e Tunísia impulsionarão a produção de fosfatos, alterando o mapa global de suprimentos.
Em resumo, essa contração na demanda por fertilizantes em 2026 não é apenas um sinal de alerta para os custos operacionais no agronegócio, mas uma oportunidade para inovação em práticas sustentáveis e diversificação de fontes. Produtores que se adaptarem cedo, priorizando fertilizantes de baixo carbono e eficiência no uso, poderão mitigar riscos e manter a produtividade. Continue acompanhando as inovações do campo e fique por dentro das tendências do agronegócio.

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