Como Funciona o Ciclo do Algodão: Manejo Inteligente

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A Importância de Entender o Ciclo do Algodão

O algodão é uma das culturas agrícolas mais importantes do mundo, logo cultivada em mais de 100 países e ocupando cerca de 33 milhões de hectares. O Brasil se destaca como o 3º maior produtor global e líder nas exportações, assim tendo comercializado aproximadamente 2,6 milhões de toneladas na safra 2023/24, assim neste post vamos entender como funciona o ciclo do algodão e alguns manejos da cultura.

Entender o ciclo do algodão e sua fenologia — ou seja, as etapas do seu desenvolvimento — é fundamental para garantir produtividade, qualidade da fibra e eficiência no manejo da lavoura. Assim como cada fase exige cuidados específicos, e o uso correto de técnicas agronômicas faz toda a diferença entre uma colheita de sucesso e resultados abaixo do esperado.

O Que É a Fenologia do Algodão?

Contudo a fenologia estuda o desenvolvimento das plantas ao longo do tempo, com base em características visuais e fisiológicas. No ciclo do algodão, essa dinâmica é organizada em uma escala proposta pelo IAPAR (2003), assim dividida em quatro fases principais, cada uma com subestágios detalhados.

Sempre que dominar essas fases permite ao agricultor tomar decisões mais precisas sobre:
Nutrição e adubação
Uso de reguladores de crescimento
Monitoramento de pragas e doenças
Momento ideal para aplicação de defensivos e colheita

Primeira Etapa: Fase Vegetativa (Desenvolvimento Inicial)

Enfim o ciclo do algodão começa com a fase vegetativa, que vai da semeadura até o início da frutificação. A emergência da planta ocorre entre 5 e 10 dias após o plantio, desde que as temperaturas do solo (mínimo de 20 °C) e do ar (entre 25 e 30 °C) sejam adequadas.

Características importantes:

  • A raiz pivotante pode atingir até 90 cm de profundidade antes mesmo do alongamento total da parte aérea.
  • A formação de folhas verdadeiras e ramos vegetativos indica o avanço dessa fase.

Subestágios:

  • V0: Emergência da plântula
  • V1, V2, V3… Vn: Desenvolvimento das primeiras folhas e ramos

Nesta etapa, é essencial focar na adubação nitrogenada e no controle de plantas daninhas, pois elas impactam diretamente o potencial produtivo da lavoura.

Segunda Etapa: Formação dos Botões Florais (Início da Reprodução)

Nesta fase do ciclo do algodão, a planta começa a transição do crescimento vegetativo para o reprodutivo. Desse modo, com a formação do primeiro botão floral visível.

Pontos de atenção:

  • O equilíbrio entre crescimento vegetativo e frutificação é crucial.
  • Estresse hídrico e temperaturas noturnas acima de 25 °C, assim podem causar a queda de botões, prejudicando a produtividade.

Subestágios:

  • B1: Primeiro botão
  • B2, B3… Bn: Formação progressiva de botões

Aqui, o uso de reguladores de crescimento (como o mepiquat) é fundamental para evitar excesso de crescimento vegetativo e logo direcionar energia para os frutos.

Terceira Etapa: Florescimento e Frutificação

Uma das fases mais críticas do ciclo do algodão, o florescimento marca a abertura das flores e portanto o início da formação dos capulhos (maçãs).

Fatores decisivos:

  • A cultura demanda de 4 a 8 mm de água por dia.
  • Chuvas excessivas ou escassez prejudicam a polinização.
  • Temperaturas acima de 30 °C reduzem o pegamento dos frutos.

Subestágios:

  • F1: Primeira flor no ramo reprodutivo
  • F2, F3… Fn: Florescimento sequencial

Neste período, a nutrição equilibrada é essencial, com destaque para fósforo, potássio e micronutrientes como o boro.

Quarta Etapa: Maturação e Abertura dos Capulhos

A fase final do ciclo do algodão envolve o amadurecimento e abertura dos capulhos, assim expondo a fibra que será colhida.

Condições ideais:

  • Temperaturas entre 21 e 26 °C favorecem a abertura uniforme.
  • Em regiões mais quentes, o processo é acelerado, mas os capulhos podem ser menores.

Manejo recomendado:

  • Uso de desfolhantes e maturadores quando 70–80% dos capulhos estiverem prontos.
  • Colheita planejada para evitar perdas por intempéries.

Clima, Solo e Água: Como o Ambiente Influencia o Ciclo do Algodão

Porém a fenologia do algodoeiro é altamente sensível a fatores externos. Por exemplo:

Temperatura

  • Ideal: 20 a 30 °C
  • Abaixo de 15 °C atrasa o crescimento; acima de 35 °C prejudica a frutificação.

Água

  • Necessidade: 500 a 1.500 mm de chuva bem distribuída.
  • Estresse hídrico no florescimento causa perdas severas.

Solo

  • Solos profundos, bem drenados e férteis, logo favorecem o desenvolvimento.
  • Compactação e baixa matéria orgânica, assim reduzindo a eficiência nutricional.

Estratégias de Manejo Baseadas no Ciclo do Algodão

Nutrição de Precisão

  • Nitrogênio na fase vegetativa
  • Fósforo e potássio na frutificação
  • Micronutrientes (boro) no florescimento

Uso de Reguladores de Crescimento

  • Reduzem altura da planta
  • Uniformizam a maturação
  • Evitam acamamento

Controle Fitossanitário

  • Pragas (bicudo, lagartas, percevejos)
  • Doenças (ramulose, mancha-alvo, fusariose)

Colheita Planejada

  • Ideal quando 70–80% dos capulhos estão abertos
  • Evita perdas por chuva ou deterioração

Domine o Ciclo do Algodão para Maximizar Resultados

Conhecer cada fase do ciclo do algodão é a chave para uma lavoura produtiva e rentável. Assim como técnicas de manejo inteligente, nutrição balanceada e monitoramento constante, desde já os produtores podem alcançar excelência na cotonicultura.

Contudo quer saber mais sobre o cultivo de algodão? Confira nosso guia completo de manejo do algodoeiro e dicas para aumentar a produtividade.


Fonte:
SILVA, Alasse Oliveira da. Fenologia do algodão: estádios, manejo e impacto climático no desenvolvimento da cultura. Agroadvance. Acesso em 16/07/2025. Disponível em: https://agroadvance.com.br/blog-fenologia-do-algodao

Baseado no artigo original de Alasse Oliveira da Silva – Agroadvance (2025)

Escrito por Kaoê Rauch-equipe ConectaGrão

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