Em tempos de margens apertadas na pecuária, a escolha da forragem certa para silagem pode definir logo o sucesso ou o fracasso de uma propriedade. Por isso, em 2025, o debate entre silagem de milho e silagem de capim está mais acirrado do que nunca. Embora ambas tenham seu valor nutricional e praticidade, é fundamental analisar custo-benefício, produção por hectare, exigência de manejo, valor nutritivo e impacto no desempenho animal.
A seguir, vamos entender as vantagens e desvantagens de cada tipo de silagem — e, principalmente, qual vale mais a pena investir neste ano.
Silagem de Milho: Alta Energia e Produtividade
A silagem de milho sempre foi referência por seu alto teor energético, assim essencial especialmente para gado de corte e vacas em lactação. Isso acontece porque o grão de milho é rico em amido, logo o que melhora a performance produtiva dos animais.

✅ Vantagens:
- Alta energia: ideal para animais de alto desempenho.
- Palatabilidade excelente: o gado consome com facilidade.
- Produção uniforme: desde que o manejo seja correto.
❌ Desvantagens:
- Custo elevado de implantação: sementes, adubação e insumos encarecem o processo.
- Risco climático: períodos de seca podem comprometer toda a produção.
- Alta exigência em fertilidade do solo.
Silagem de Capim: Economia e Sustentabilidade
A silagem de capim, como capim-elefante, mombaça ou braquiária, vem ganhando espaço como alternativa mais econômica. Ainda que o valor energético seja menor, sua alta produção de massa verde e baixo custo tornam o capim interessante para sistemas de recria e manutenção.


✅ Vantagens:
- Custo menor por tonelada de matéria seca.
- Alta produção por hectare, mesmo com menos insumos.
- Mais adaptável a solos pobres e clima tropical.
❌ Desvantagens:
- Menor teor energético: pode exigir suplementação adicional.
- Fermentação mais difícil: exige aditivos ou pré-secagem.
- Menor estabilidade na ensilagem, se o manejo for inadequado.
Comparativo 2025: O Que Dizem os Números?
Critério | Silagem de Milho | Silagem de Capim |
---|---|---|
Energia (NDT) | Alta (65–70%) | Média (50–55%) |
Proteína Bruta (PB) | Média (7–9%) | Média (6–8%) |
Produção por hectare | 35–45 t/MS | 25–50 t/MS |
Custo por tonelada (média) | R$ 250–400 | R$ 80–150 |
Recomendado para | Terminação, lactação | Recria, manutenção |
Como se pode perceber, o milho entrega mais energia, sendo assim vantajoso para ganho de peso rápido ou produção leiteira. Por outro lado, o capim é muito mais barato, excelente em tempos de custos elevados com insumos.
Qual Escolher em 2025?
Depende do objetivo. Se você busca desempenho rápido, o milho é imbatível. No entanto, se a meta for manter os custos sob controle, o capim tem um espaço estratégico, especialmente em propriedades com área disponível e necessidade de manter lotes maiores de animais.
Além disso, a integração entre as duas silagens pode ser uma excelente estratégia. Muitos produtores têm optado por usar capim na recria e o milho na terminação, assim equilibrando o desempenho com o custo de produção.
Considerações Finais
Em 2025, com a pressão por eficiência e sustentabilidade, logo entender bem o perfil da sua produção é essencial antes de definir entre milho ou capim. Assim ambos têm papel importante na pecuária moderna — e, com planejamento, podem até ser complementares.
Seja qual for sua escolha, lembre-se: a qualidade da silagem começa no campo e termina na boca do animal.
Referências:
- JOBIM, Clóves Cabreira et al. Qualidade da silagem e técnicas de avaliação. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 36, n. 1, p. 301-321, 2007.
- NEUMANN, M.; PILON, L. E. Silagem de capim: potencial de uso e limitações. Circular Técnica, Embrapa Gado de Leite, 2020. Disponível em: https://www.embrapa.br/gado-de-leite. Acesso em: 21 jul. 2025.
- LOPES, F. C. F.; SANTOS, G. T. dos. Silagens tropicais: desafios e oportunidades. Revista Agropecuária Técnica, v. 41, n. 1, p. 10–18, 2021.
- CEPEA/ESALQ – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada. Indicadores de custo de produção de silagem. Disponível em: https://cepea.esalq.usp.br. Acesso em: 21 jul. 2025.
Escrito por: Kaoê Rauch – equipe ConectaGrão

Kaoe Rauch é técnico agrícola e fundador da ConectaGrão. Com experiência prática no campo e forte conexão com o agro, escreve conteúdos que unem vivência rural, conhecimento técnico e olhar de mercado, sempre com o objetivo de aproximar produtores da informação que realmente importa.