Giberela no Trigo: Como Ocorre e Como Prevenir

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O Que É a Giberela no Trigo?

A giberela no trigo é uma das doenças fúngicas mais graves que acometem essa cultura, principalmente em regiões com clima úmido. Ela é causada pelo fungo Fusarium graminearum e atinge, sobretudo, as espigas da planta, causando perdas significativas de produtividade e qualidade.

Além dos danos físicos nos grãos, essa doença é capaz de produzir micotoxinas que tornam o trigo inadequado para consumo humano e animal — assim gerando, portanto, grandes prejuízos econômicos.

Quando e Como a Giberela se Desenvolve?

O fungo causador da giberela se desenvolve especialmente durante o período de florescimento do trigo, quando há:

  • Alta umidade relativa do ar;
  • Temperaturas entre 20 °C e 30 °C;
  • Chuvas frequentes e dias consecutivos nublados.

Essas condições criam o ambiente ideal para que os esporos do fungo se espalhem pelo ar e atinjam as espigas, contaminando rapidamente grandes áreas da lavoura.

Sintomas da Giberela: Como Identificar?

O diagnóstico da giberela no campo pode ser feito com base em alguns sintomas visíveis:

  • Espigas com coloração branca ou esbranquiçada precocemente;
  • Grãos chochos, deformados e com aspecto opaco;
  • Presença de micélio rosado nas espiguetas;
  • Redução do peso dos grãos e queda na germinação das sementes.

Portanto, é essencial fazer o monitoramento frequente durante a floração para identificar os primeiros sinais e agir rapidamente.

Impactos da Giberela no Trigo

Os impactos da giberela vão muito além da aparência dos grãos. Veja os principais prejuízos:

  • Perda de produtividade significativa por grãos malformados;
  • Presença de DON (deoxinivalenol) — uma micotoxina que contamina o alimento;
  • Desvalorização comercial do trigo pela indústria e exportadores;
  • Riscos à saúde humana e animal em caso de consumo de grãos contaminados.

Em outras palavras, uma lavoura contaminada pode ter sua safra toda comprometida, assim mesmo que pareça produtiva visualmente.

Como Controlar a Giberela no Trigo?

Não existe controle único, mas sim um conjunto de boas práticas que, quando aplicadas corretamente, reduzem drasticamente os riscos:

1. Rotação de Culturas

Evite cultivar trigo após milho, pois o milho é outro hospedeiro do Fusarium e seus restos culturais podem ser fonte de esporos.

2. Cultivares Tolerantes

Contudo, dê preferência a variedades de trigo mais resistentes ou menos suscetíveis à giberela.

3. Aplicação de Fungicidas

O momento ideal para aplicação é na fase de espigamento/floração. Produtos à base de triazóis (como tebuconazol, protioconazol, metconazol) têm boa eficiência, assim especialmente quando aplicados com boa cobertura.

4. Eliminação de Resíduos

Sempre que possível, faça o manejo adequado dos restos culturais, pois o fungo pode sobreviver nos resíduos e infectar lavouras futuras.

5. Monitoramento Climático

Esteja atento às previsões de chuva e umidade durante a floração. Com isso, você pode antecipar aplicações preventivas e evitar surpresas.

Conclusão

A giberela no trigo é uma doença traiçoeira: silenciosa no início, mas devastadora quando ignorada. Portanto, compreender suas causas, reconhecer seus sintomas e adotar práticas integradas de manejo é essencial para proteger sua lavoura, manter a qualidade do produto e garantir rentabilidade ao final da safra.

Se você trabalha com trigo, fique atento à floração e não negligencie o risco da giberela. Afinal, um pequeno descuido pode custar caro.


Referências

  • EMBRAPA. Giberela do trigo. Disponível em: https://www.embrapa.br/trigo. Acesso em: 27 jul. 2025.
  • FUNDAÇÃO ABC. Manejo de doenças do trigo. Castro: Fundação ABC, 2023. Disponível em: https://www.fundacaoabc.org. Acesso em: 27 jul. 2025.
  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA. Departamento de Fitopatologia: doenças em trigo. Santa Maria: UFSM, 2024. Disponível em: https://www.ufsm.br. Acesso em: 27 jul. 2025.

Escrito por: Kaoê Rauch – equipe ConectaGrão

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